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Futebol 17/03/2015

Centro Olímpico aposta em sub-20 na nova temporada do futebol feminino

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade
Centro Olímpico foi vencedor do Brasileiro-2013 (Divulgação)

Centro Olímpico foi vencedor do Brasileiro-2013 (Divulgação)

O futebol feminino do Centro Olímpico passa nesta temporada por uma transformação. Campeã brasileira em 2013, quando contava, por exemplo, com a atacante Cristiane, a equipe, ligada à Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação de São Paulo, vai disputar competições adultas neste ano com um time sub-20, reforçando o caráter de formador de jogadoras. Com a criação de uma seleção brasileira adulta permanente e com a impossibilidade consequente de contratação de nomes de peso da modalidade, a iniciativa é tomada em um momento adequado. Só é possível por causa do respaldo do principal patrocinador, o São Cristóvão Saúde.

A estabilidade, segundo o treinador Jonas Urias, é o que possibilita essa estratégia. “Estamos em um momento estável no clube”, disse. “Sempre foi uma das nossas intenções, nossas metas, esse modelo. Pretendemos manter essa equipe sub-20 [para uma melhor e mais suave transição de categorias] mesmo se houver uma principal com meninas mais consagradas. Essa é uma decisão do clube pensando mais na filosofia do trabalho.”

Segundo Jonas, a grande maioria das atletas – que têm entre 17 e 20 anos – é formada no próprio Centro Olímpico e várias já passaram por seleções brasileiras. “Vamos estender a metodologia e o estilo de jogo das categorias de base para a equipe principal. Daremos suporte para essas meninas mais novas conseguirem fazer um bom trabalho no time adulto”, afirmou.

As “peneiras”, processos seletivos para a escolha de novas atletas, ganharão ainda mais importância. Dez aprovadas em 28 de fevereiro já treinam com a equipe sub-20. “Por meio da nossa rede social [o Facebook] vamos tentar atingir o maior número de pessoas para que possamos receber meninas do Brasil inteiro que tenham esse perfil”, disse o treinador. O clube oferece para algumas meninas da equipe principal local de hospedagem, mas há uma limitação.

O treinador aprovou as grandes novidades do Paulista-2015, Santos e São Paulo, mas acredita que mais clubes deveriam (até por obrigação) investir no futebol feminino: “Contanto que seja algo sólido e estável, é fantástico. Os clubes todos deveriam ter essa iniciativa. Deveria ser uma exigência da CBF para os de primeira e segunda divisões para nos vincularmos mais ao torcedor com um pouco mais de facilidade”.

A Associação Desportiva Centro Olímpico estará nos campeonatos Paulista e Brasileiro de 2015; mandará jogos menores no Distrital da Vila Guarani, na zona sul de São Paulo, e os maiores no estádio do Pacaembu.

Vôlei ainda à frente do futebol feminino

O principal apoiador do Centro Olímpico, o São Cristóvão Saúde, é o patrocinador máster da equipe de vôlei de São Caetano do Sul desde a temporada 2012/2013. De acordo com Paulo Ventura, gerente de marketing da empresa, o custo-benefício da modalidade de quadra é muito melhor que o da de campo.

Paulo acredita que deveria haver um fortalecimento dos campeonatos e não necessariamente uma seleção permanente. “O futebol feminino precisaria ser muito bem trabalhado. No ano passado, o que salvou foi o fato de a Caixa ter apoiado o Campeonato Brasileiro; deu um pouco mais de solidez. Houve uma chacoalhada, mas está muito longe [do que deveria ser]”, disse Paulo. Mas o patrocínio do grupo está mantido para esta temporada do Centro Olímpico.

Será, porém, nesta sexta-feira, dia 20, que a marca São Cristóvão Saúde começará a aparecer para valer na televisão. O São Caetano vai enfrentar o Rexona-Ades nas quartas de final da Superliga feminina, e a primeira partida entre as equipes será no ginásio Milton Feijão.

Paulo explicou porque a empresa começou a patrocinar o time de vôlei: “Hoje investir no esporte é uma saída interessante para a área de marketing, para a empresa poder desenvolver algumas ações complementares. No nosso caso foi estrategicamente importante participarmos de uma ação no ABC paulista – apesar da rivalidade grande entre as cidades. Atuamos também nessa região, principalmente em São Caetano do Sul, que é muito perto de São Paulo e da nossa unidade principal [que fica na Mooca]”.

A Sportv, emissora que transmitirá as partidas, não menciona marcas – mesmo estando no nome da equipe (São Cristóvão Saúde/São Caetano). Ainda assim, Paulo declarou que vale a pena o patrocínio: “Não dão devido valor e omitem a marca dos apoiadores, e isso não é só no vôlei: é no futebol também. Recentemente esconderam o Red Bull. Evidentemente ajudaria se eles falassem os nomes como são, mas hoje a exposição da marca é muito forte”.

Paulo disse: “[No futebol feminino] talvez só haja dois ou três times com investimento superior ao nosso”. Mas, no vôlei, “nosso investimento não está entre os cinco maiores, mas procuramos chegar aos playoffs”. “Normalmente o time que tem melhor time e mais investimento vence, mas no Paulista-2014 [nas semifinais] derrotamos o Sesi-SP, o que, conscientemente, não é normal. Estamos em uma crescente.”

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