Atletas que são o futuro do rugby do Brasil treinarão na zona sul paulistana
A cidade de São Paulo foi escolhida para receber uma das duas primeiras academias Dove Men+Care & Kibon de rugby, projeto apresentado nesta terça-feira, 12 de agosto de 2014, em São José dos Campos, cidade-sede da outra sede do projeto. A da capital paulista será na unidade sul da Associação Atlética Banco do Brasil, na estrada de Itapecerica. Futuros jogadores das seleções brasileiras sairão desses dois locais, onde serão preparados e treinados dos 15 aos 19 anos.
- Em janeiro publicamos uma prévia do projeto:
Rugby inspira-se em handebol e vôlei para ir bem na Olimpíada-16
Quem financia o projeto é a Unilever, tradicional investidora de iniciativas ligadas ao vôlei, como o Instituto Compartilhar, idealizado pelo treinador Bernardinho. A empresa vinculará duas de suas marcas, Dove Men+Care e Kibon, às academias. Investirá R$ 1,85 milhão nos três primeiros anos.
Os participantes serão escolhidos pela equipe técnica de cada centro de treinamento, e os clubes e os projetos sociais serão as grandes fontes de atletas. Segundo o presidente da Confederação Brasileira de Rugby, Sami Arap, após os 15 anos os jogadores brasileiros começaram a ficar defasados em comparação com os de potências da modalidade. “Esse momento é aquele em que o rugby brasileiro fica para trás. Justamente nessa idade existe a formação técnica, e o tipo de treinamento tem de ser dirigido. No Brasil não tínhamos isso”, disse.
O projeto tem como objetivo, de acordo com o dirigente, levar melhores jogadores – tanto meninas como meninos – para as equipes nacionais, mas não agora: e sim no pós-Olimpíada de 2016, em que o rugby voltará a fazer parte do evento. “A ideia é que, quando colhermos os frutos, olhemos para a seleção brasileira e apontemos jogadores que saíram de lá e tiveram uma base de alto rendimento”, declarou.
Mais bem treinados, os jovens atletas serão agentes de informações. “Um menino de 17, após três anos de academia, estará muito acima de um da mesma idade que tenha ficado no clube. Não só criaremos atletas para chegar à seleção brasileira como disseminaremos conhecimento de alto rendimento por meio dos próprios jogadores”, afirmou o presidente.
Com os recursos oriundos da Unilever, serão contratadas equipes técnicas e serão preparadas as instalações das academias. Sami diz por que começar por duas cidades paulistas: “No Estado de São Paulo há a maior concentração de atletas de rugby do país. Escolhemos dois polos: a capital paulista, em uma parceria com a AABB, onde a seleção brasileira feminina já treina – e investimentos serão feitos para adaptar a estrutura às necessidades do rugby –, e São José dos Campos, onde o rugby é tradicional. Entendemos que as duas primeiras academias deveriam ser nessas cidades”.
No primeiro ano de parceria, estarão em foco os centros de treinamento e o fornecimento de uniforme, alimentação e transporte aos atletas. As marcas investem na contratação de profissionais como nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas, que ajudarão os esportistas no desenvolvimento de suas habilidades. Dessa forma, inicialmente serão atendidos 70 jovens.
Em São José dos Campos foi aproveitada a área que já servia de base para as seleções brasileiras, às margens da rodovia Presidente Dutra.
Os clubes brasileiros não remuneram os jogadores de rugby. O máximo que acontece é os atletas receberem ajudas financeiras (bolsas) por meio de programas do Ministério do Esporte e do Comitê Olímpico do Brasil quando chegam à seleção.