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Corrida de rua 11/07/2025

Atletas que respeitaram pelotões tiveram boa experiência nos 10 km no Rio

Por Renata Sá, repórter do Esportividade

Prova de 10 km na Maratona do Rio de 2025 (Carla Carol/Fotop)

A edição de 2025 da Maratona do Rio foi especial de muitas maneiras. Além da minha estreia em uma prova de 10 km, vivenciei outra coisa inédita: a largada em ondas. Da saída do pelotão de elite ao início da prova do meu grupo, o G no setor Laranja, foram quarenta minutos de diferença. Para você ter uma ideia, a colombiana Laura Espinosa (34min32s) e o brasileiro Wendell Jerônimo (29min22s) já tinham concluído os 10 km antes que eu desse os primeiros passos. E foi justamente essa distância que fez toda a diferença na prova.

Ao realizar a inscrição, o atleta foi responsável por informar o pace dele naquela distância, sendo que, a partir desses dados, os corredores foram posicionados nos pelotões de largada. Os mais velozes saíram na frente, e os não tão ficaram mais para trás.

Na prova de 10 km da Maratona do Rio; ao fundo, o Cristo Redentor (rrocha_photographer/Fotop)

Como havia 11.813 inscritos nos 10 km da Maratona do Rio de 2025, larguei no setor e no horário estabelecidos pela organização. O que foi ótimo, na verdade. Não só acordei um pouco mais tarde como também, uma vez perto de pessoas que corriam mais ou menos no mesmo ritmo que o meu, não havia necessidade de ficar ziguezagueando. Pode parece que não, mas isso cansa bastante durante uma prova. As ultrapassagens feitas por outros atletas – que não foram muitas nesse grupo – não são boas também, pois você pode sentir que está ficando para trás e querer acelerar, o que pode resultar na perda do próprio ritmo.

Sem essa preocupação, pelo menos no pelotão G, os atletas tinham maiores chances de aproveitar mais o percurso. Esta foi minha estreia nos 10 km – bem como minha primeira vez correndo no Rio de Janeiro.

Procurei dividir meu tempo entre “dar uma espiadinha” na paisagem magnífica do Rio e me preparar para encarar os meus primeiros 10 km em uma prova. Só me rendi uma única vez quando, pós-retorno, próximo ao sexto quilômetro, encontrei o senhor Chico. Naqueles poucos segundos de conversa, ele me contou que tinha 84 anos; antes de me despedir dele, reparei que aquele senhor esbanjando saúde e alegria corria descalço.

Passar pela lateral do pórtico de chegada e continuar correndo antes da curva final da prova: confesso que essa sequência mexeu comigo. Quanto mais me afastava da linha de chegada, mais ficava aflita, imaginando tudo o que precisaria percorrer para completar a prova.

Medalha 10 km da Maratona do Rio de 2025 (Esportividade)

Parece que, quando você quer mesmo alguma coisa, dá para encontrar a forcinha final bem ali, ao alcance de um toque de mãos da torcida, que se enfileirava nos metros finais. E foi ali, na primeira edição em que a prova de 10 km foi transferida para a sexta-feira, após o feriado de Corpus Christi, que eu fiz minha estreia em uma distância maior na corrida. E o melhor: sentindo que ali era o meu lugar.

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