Atletas que respeitaram pelotões tiveram boa experiência nos 10 km no Rio

Prova de 10 km na Maratona do Rio de 2025 (Carla Carol/Fotop)
A edição de 2025 da Maratona do Rio foi especial de muitas maneiras. Além da minha estreia em uma prova de 10 km, vivenciei outra coisa inédita: a largada em ondas. Da saída do pelotão de elite ao início da prova do meu grupo, o G no setor Laranja, foram quarenta minutos de diferença. Para você ter uma ideia, a colombiana Laura Espinosa (34min32s) e o brasileiro Wendell Jerônimo (29min22s) já tinham concluído os 10 km antes que eu desse os primeiros passos. E foi justamente essa distância que fez toda a diferença na prova.
Ao realizar a inscrição, o atleta foi responsável por informar o pace dele naquela distância, sendo que, a partir desses dados, os corredores foram posicionados nos pelotões de largada. Os mais velozes saíram na frente, e os não tão ficaram mais para trás.

Na prova de 10 km da Maratona do Rio; ao fundo, o Cristo Redentor (rrocha_photographer/Fotop)
Como havia 11.813 inscritos nos 10 km da Maratona do Rio de 2025, larguei no setor e no horário estabelecidos pela organização. O que foi ótimo, na verdade. Não só acordei um pouco mais tarde como também, uma vez perto de pessoas que corriam mais ou menos no mesmo ritmo que o meu, não havia necessidade de ficar ziguezagueando. Pode parece que não, mas isso cansa bastante durante uma prova. As ultrapassagens feitas por outros atletas – que não foram muitas nesse grupo – não são boas também, pois você pode sentir que está ficando para trás e querer acelerar, o que pode resultar na perda do próprio ritmo.
Sem essa preocupação, pelo menos no pelotão G, os atletas tinham maiores chances de aproveitar mais o percurso. Esta foi minha estreia nos 10 km – bem como minha primeira vez correndo no Rio de Janeiro.
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Procurei dividir meu tempo entre “dar uma espiadinha” na paisagem magnífica do Rio e me preparar para encarar os meus primeiros 10 km em uma prova. Só me rendi uma única vez quando, pós-retorno, próximo ao sexto quilômetro, encontrei o senhor Chico. Naqueles poucos segundos de conversa, ele me contou que tinha 84 anos; antes de me despedir dele, reparei que aquele senhor esbanjando saúde e alegria corria descalço.
Passar pela lateral do pórtico de chegada e continuar correndo antes da curva final da prova: confesso que essa sequência mexeu comigo. Quanto mais me afastava da linha de chegada, mais ficava aflita, imaginando tudo o que precisaria percorrer para completar a prova.

Medalha 10 km da Maratona do Rio de 2025 (Esportividade)
Parece que, quando você quer mesmo alguma coisa, dá para encontrar a forcinha final bem ali, ao alcance de um toque de mãos da torcida, que se enfileirava nos metros finais. E foi ali, na primeira edição em que a prova de 10 km foi transferida para a sexta-feira, após o feriado de Corpus Christi, que eu fiz minha estreia em uma distância maior na corrida. E o melhor: sentindo que ali era o meu lugar.
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