São Paulo - região metropolitana
Corrida de rua 29/07/2024

Atletas PCDs também sobem ao pódio na etapa pq. do Trote do Circuito Popular

Por Renata Sá, repórter do Esportividade

Pódio com atletas PCDs na etapa parque do Trote do Circuito Popular (Divulgação/Fenats)

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O Circuito Popular de corrida de rua de São Paulo retornou ao parque do Trote, na zona norte, no dia 28 de julho de 2024, com outra prova de 5 km. Em relação ao percurso da edição anterior, ocorrida há menos de seis meses, o do domingo passado sofreu uma pequena alteração, tornando a etapa um pouco mais veloz. O evento gratuito contou com a participação de atletas amadores – adultos e crianças –, e os participantes PCDs mais velozes também foram premiados. Três dos quatro atletas entrevistados pelo Esportividade subiram ao pódio do CP no parque do Trote. Ainda restam seis etapas com inscrições grátis até outubro de 2024.

Monike Cristina segura troféu na categoria PCD na etapa USP/Butantã do CP (Acervo Pessoal)

Uma delas é Monike Cristina, de 28 anos. Além do primeiro lugar feminino na categoria PCD da etapa do parque do Trote, ela subiu ao pódio em outras três provas do Circuito Popular. A atleta, que tem uma deficiência intelectual leve, conta que a entrada dela na corrida de rua aconteceu pelo apoio dos amigos e, principalmente, pelo incentivo do pai.

Atleta PCD Antônio Reginaldo Araújo da Conceição na etapa parque do Trote (Divulgação/Fenats)

Outro participante que tem conhecido o doce gosto da vitória é o auxiliar de serviços gerais Antônio Reginaldo Araújo da Conceição. A atleta de 50 anos conta que praticava musculação em uma das unidades do Sesc (Serviço Social do Comércio) quando soube de um clube de corrida. “Fiquei curioso”, revela ele.

“Fiz meu primeiro treino por conta própria e participei da minha primeira prova de 5 km”, diz Conceição. O atleta afirma que já sofreu preconceito quando treinava na academia. Ele, que se acidentou de bicicleta na adolescência e fraturou o cotovelo, acabou ficando sem o movimento do braço esquerdo. Na corrida de rua, a história foi completamente diferente, porém. “Antes da largada e mesmo no pódio, somos respeitados; os demais participantes batem palmas pra gente.”

Juliane Valéria Oliveira participa com guia (ao fundo) de prova do Circuito Popular (Acervo pessoal)

Juliane Valéria Oliveira completa o time de atletas PCDs que participaram da etapa na zona norte no fim de semana passado e subiu ao pódio. Ela, que trabalha na área administrativa e tem 36 anos, começou na corrida de rua influenciada pela família. A atleta também faz parte do Achilles Brazil – uma ONG que procura transformar a vida de pessoas com deficiência por meio do esporte – e afirma que “é incrível fazer amizades e praticar um esporte que representa a superação e a inclusão de pessoas com deficiência”.

Monike e Juliane seguram troféus na categoria PCD na etapa USP/Butantã do Circuito Popular (Divulgação/Fenats)

Juliane, que é surda profunda e oralizada, corre sozinha, mas também já participou de provas com o auxílio de um guia voluntário da Achilles Brazil, como na etapa do parque das Bicicletas, em junho de 2024. “Eu gosto de correr acompanhada, especialmente por causa da minha asma. Os guias sempre me dão apoio e incentivo nos dias de treino e de provas”, diz.

José Roberto Storl Barreira na chegada da etapa parque Anhanguera/Perus do Circuito Popular (Divulgação/Fenats)

Já para o servidor público José Roberto Storl Barreira, de 38 anos, o único que não estava no parque do Trote, mas que já participou das etapas do centro histórico e de Perus do Circuito Popular, por exemplo, a corrida de rua chegou bem cedo à vida dele. Aos 12 anos participou pela primeira vez de uma edição da São Silvestrinha, versão infantojuvenil da mais tradicional corrida de rua do país, a São Silvestre, que em 2025 completará cem anos.

Assista ao vídeo curto da etapa do parque do Trote do CP:

“Das poucas vezes que corri com guia, basicamente acertava com ele meu pace de prova pretendido, já escolhendo alguém que corresse em ritmo mais rápido do que o meu, visando ter uma referência, um incentivo para que eu pudesse correr na mesma pegada”, diz ele, que descobriu somente aos 30 anos que tinha um tipo mais ameno de autismo, o nível 1.

Largada atleta PCD na etapa parque das Bicicletas do Circuito Popular (Divulgação/Fenats)

Ele, que correu em diversas provas, inclusive a primeira maratona em 2024, reconhece o acerto da organização do Circuito Popular de corrida de rua de São Paulo ao premiar também os atletas PCDs. “Há um respeito também na chegada, quando somos recebidos com a faixa”, diz Barreira.

A atleta Juliane também gostou da premiação exclusiva às pessoas com deficiência nas provas do CP. “É uma motivação para que outros PCDs participem das corridas, sabendo que têm a chance de competirem e serem premiados. Sem essa diferenciação, competir com atletas sem deficiência diminui nossas chances de vencer”, pontua.

Troféus de uma das etapas do Circuito Popular de corrida de rua de São Paulo (Fenats/Divulgação)

O Circuito Popular premia os cinco primeiros colocados – masculinos e femininos –, PCDs e não PCDs, em todas as etapas. Além de obterem a medalha de participação, os atletas sobem ao pódio e levam um troféu exclusivo da prova.

A próxima etapa do Circuito Popular está prevista para o dia 4 de agosto de 2024, domingo; será a do Pama, no Campo de Marte, também na zona norte. As inscrições gratuitas para a prova de 5 km serão abertas alguns dias antes do evento.

Serviço especial (apenas no WhatsApp e no Telegram)

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