Artigo: a cultura do poker ajudará a torná-lo um esporte olímpico
O pôquer (ou poker) é considerado atualmente um esporte da mente – assim como o xadrez. O motivo é que a IMSA (Associação Internacional de Esportes da Mente) reconheceu em 2010 o pôquer como um de seus esportes. Desde então, a expectativa é que o pôquer se torne um esporte olímpico, e isso não está longe de acontecer. Isso porque habilidades como concentração, atenção aos detalhes, reflexo, pensamento rápido e análise são requisitadas durante uma partida. Essas competência exigidas por cada jogador chamam a atenção do comitê olímpico e naturalmente colocam o pôquer na linha de frente para ser um dos próximos esportes a serem vistos nas Olimpíadas.
O COI (Comitê Olímpico Internacional) é o responsável por decidir se uma modalidade vai ou não para os Jogos Olímpicos. Existe uma série de fatores considerados, como a quantidade de países em que o esporte é praticado, a popularidade da modalidade no país-sede da Olimpíada, a presença do esporte em diferentes continentes, a participação de homens e mulheres na prática – evidenciando a igualdade de gênero –, ter uma federação internacional que organize suas demandas, além de ser condizente com a política antidoping. Sem contar a questão da mídia: a modalidade a ser inserida precisa necessariamente ter forte apelo midiático para assim envolver aqueles que verão transmissões via televisão e internet.
Por falar em internet, essa tem sido uma das principais características positivas do pôquer. É que o pôquer online tem ajudado a disseminar esse esporte da mente por todo o mundo. Salas virtuais envolvendo os amantes dessa modalidade levam aos jogadores muita diversão. O amante desse jogo precisa apenas de acesso à internet e um computador ou mesmo um smartphone. É o momento em que as mãos de pôquer deixaram de ser apresentadas apenas no meio físico e tomaram o espaço digital. Todo esse apelo tem auxiliado a divulgar essa atividade para muitos que nem sequer a entendiam. Isso também se mostrou como uma oportunidade para aqueles que já jogavam, mas nem sempre encontravam parceiros para completar uma mesa de jogo.
O pôquer requer uma série de habilidades de seus praticantes. Além das capacidades já citadas, como concentração, atenção aos detalhes, reflexo e pensamento rápido, o jogo propõe um mergulho ao autoconhecimento. Trata-se de algo que vai muito além de apenas fazer a leitura do ambiente. É preciso se conhecer e controlar suas reações para então obter resultados mais intensos. Um pouco de conhecimento de lógica e matemática pode fazer a diferença. É o que alguns profissionais brasileiros, como Alexandre Gomes, André Akkari e Felipe Mojave, acabam estudando. Todo esse conhecimento que o pôquer proporciona acaba representando um grande apelo para que a modalidade esteja presente em breve nas Olimpíadas.
Falar sobre “jogo do mata” ou “queimada” é uma das formas mais simples de explicar o dodgeball. Essa é uma das modalidades que também estão na mira do Comitê Olímpico Internacional. Basicamente, esse esporte ocorre a partir da formação de duas equipes, que utilizam bolas para acertar a equipe adversária e, assim, eliminar cada jogador até que o jogo termine. Assim como o dodgeball, o foosball (também conhecido como pebolim ou futebol de mesa no Brasil) é um esporte que está no radar do COI. Consiste em uma partida de futebol praticada a partir de jogadores presos em uma vareta, simulando um jogo real. O jogo pode ser praticado por uma pessoa contra outra ou por duplas adversárias.
Além do dodgeball e do foosball, outra modalidade que é avaliada pelo COI é a pole dance. Essa atividade está cada vez mais se popularizando no Brasil, ganhando novos adeptos diariamente. Uma prova disso é o número de estúdios que se multiplicam por todo o país. Apesar de ser majoritariamente praticada por mulheres, já existe uma onda masculina iniciando na modalidade, o que demonstra um ponto positivo na hora de ser classificada como esporte para ser levada às Olimpíadas.
Dodgeball, foosball, pole dance. Todas essas modalidades que passam por possível avaliação do Comitê Olímpico Internacional apresentam características semelhantes ao pôquer quanto a habilidades. Realmente os praticantes são colocados à prova, com uma série de questões que envolvem o corpo e a mente, algo muito parecido com o que acontece no pôquer.
Especialmente para o pôquer, apenas o fato de haver uma avaliação do Comitê Olímpico Internacional já demonstra que está no caminho certo. Isso reforça que esse esporte da mente vai muito além do que as pessoas imaginam. Para uma atividade muitas vezes encarada como um jogo de sorte ou azar, essa é uma verdadeira vitória. Algo que imprime maior seriedade ao pôquer e, ao mesmo tempo, ajuda a expor o esporte a nível mundial.