São Paulo - região metropolitana
Pode perguntar! 07/03/2014

Alongamento é controverso, mas pode ser feito sem abuso antes de atividade

Por Aline Chrispan

alongamento

Pergunta de uma educadora física, de São Paulo: “Na prática da ginástica, o que deve vir primeiro: o alongamento ou o aquecimento? E por quê?”


Você tem dúvidas sobre exercícios físicos ou bem-estar? Você pode enviar suas perguntas para o e-mail [email protected]. As respostas são publicadas aqui na seção “Pode perguntar!” do Esportividade.


O tema alongamento gera polêmica há algum tempo e, portanto, essa dúvida existe de fato para muitos educadores físicos. Por causa da variedade de intervenções empregadas no pré-exercício, como os trabalhos cardiovascular, muscular progressivo e alongamentos, muitas vezes é difícil identificar qual prática seria responsável por melhorar o desempenho e reduzir lesões.

Quanto ao alongamento, estudos indicam que ele pode ser prejudicial para os exercícios de força nos quais a performance seja bastante exigida. A explicação está ligada com o estiramento muscular agudo e a dificuldade na mecânica da contração. Em termos gerais, os alongamentos que duram até 45 segundos não comprometem a performance; de 45 a 60 segundos existem controvérsias; acima de 60 segundos, existe comprovação de piora na força. Estudos sinalizam que não existe prejuízo físico ou lesões com a prática do alongamento, apenas piora no desempenho.

Acredito que o alongamento leve, por até 45 segundos, dentro dos limites articulares do indivíduo, somado ao aquecimento, não prejudique a atuação do aluno em aulas de ginástica. Caso ele prefira, é possível fazer o aquecimento utilizando movimentos que aqueçam os principais grupos musculares sem necessidade do alongamento estático. A ordem da prática é uma escolha do professor e deve ser empregada com responsabilidade, levando-se em conta a integridade física dos alunos.

O treino de flexibilidade deve ser indicado de forma isolada para que as amplitudes articulares sejam conservadas a fim de se manter uma função física adequada. Indico a leitura de um artigo, em inglês, de revisão sobre o tema, publicado pelo American College of Sports Medicine. Os autores são Anthony D. Kay e Anthony J. Blazevich.

Sobre Aline Chrispan

É educadora física, especialista em fisiologia do exercício pela Unifesp e mestranda em ciências da saúde (Fundação Antônio Prudente). À frente da assessoria esportiva Oficina do Movimento, coordena projetos de qualidade de vida em empresas e condomínios. Em suas colunas, abordará temas que envolvam saúde e bem-estar, incentivando a adoção do movimento como forma de se viver bem. Acesse o site e saiba mais sobre a Oficina do Movimento: www.oficinadomovimento.com.br.

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