Reflexão: precisamos de tantas camisetas de provas? Corrida é mais que produto

Avenida Rubem Berta durante Inclusão a Toda Prova (Esportividade)

Quem participa com regularidade de corridas de rua há algum tempo já possui dezenas de camisetas e medalhas, vários squeezes, sacochilas… Esses produtos sem dúvida colaboraram para a expansão das provas pedestres no Brasil, pois viraram objetos de desejo e motivaram uma parcela dos atletas a efetuar inscrições, mas cabe uma reflexão: “Será que precisamos mesmo de tanto?”.

Questionados pelo Esportividade no Instagram se possuíam mais camisetas de corrida do precisariam ter, 70% dos que responderam à enquete disseram que sim.

Equipe Jabaquara na Corrida Jabaquara (Esportividade)

A quarentena evidenciou certas coisas, como a quantidade de camisetas no guarda-roupa. Também ficou evidente para quem gosta de correr como é bom participar de corridas e conversar com amigos antes e depois da prova.

Corridas têm seu momento individual, em que o atleta se vê sozinho – mesmo em meio à multidão – com seus pensamentos por diversos minutos ou horas, e sua etapa coletiva, em que ele interage com outros participantes e se sente parte integrante de uma comunidade.

“Arena” da Corrida Sargento Gonzaguinha (Esportividade)

Ambos os momentos (não materiais) são a essência da experiência de participar de uma corrida e são o que diferem um evento presencial (pré-pandemia) de um virtual – neste, a parte do coletivo está totalmente ou parcialmente ausente.

A resposta à pergunta feita no primeiro parágrafo é pessoal, mas será fundamental na fase pós-pandemia das corridas: com menos dinheiro disponível para gastar em inscrições, os atletas serão obrigados a fazer escolhas, como optar por um kit sem camiseta e, consequentemente, mais barato.

Pensando nisso, nas participações em futuras provas e no próprio orçamento familiar, é válido considerar desde já esse desapego.