Ocupação de estádios por outros grandes eventos é o próximo desafio
Megarrampa no sambódromo do Anhembi
O desafio posterior ao processo de modernização ou construção de estádios que está em curso no Brasil é o preenchimento dos locais esportivos com eventos – não só os de futebol. Com estádios mais modernos, torna-se imprescindível, por causa dos grandes investimentos feitos e dos altos custos de manutenção, seu uso por outras modalidades esportivas ou formas de entretenimento.
No Allianz Parque, já há shows do grupo inglês One Direction marcados para maio de 2014 – antes mesmo de existir um jogo agendado para lá. E a construtora WTorre fez parceria com a gigante do entretenimento AEG para administrar o novo estádio palmeirense, construído no lugar do antigo.
Ao fundo, arquibancada nova construída sobre antiga (Andrei Spinassé/Esportividade)
Sérgio Mello, vice-presidente de operações e projetos especiais da IMX, empresa com foco em entretenimento ao vivo, explicou qual será a dificuldade a partir do momento em que a Copa do Mundo de 2014 terminar: “Um dos grandes gargalos para o crescimento dessa indústria, como em outras áreas no Brasil, é a infraestrutura. Com a Copa do Mundo e a Olimpíada, parte do problema será resolvida, uma vez que o país passará a contar com inúmeros equipamentos de nível internacional. A questão será, então, ter a capacidade de preencher esses equipamentos com conteúdo de qualidade”.
De acordo com Mello, capacitar profissionais para que eles possam desenvolver soluções criativas é um dos pontos-chave da ocupação dos estádios por outros eventos esportivos. “Na megarrampa, por exemplo, trabalhamos com um fornecedor local especializado em pistas de skate e o capacitamos oferecendo-lhe todo apoio e estrutura para que ele pudesse desenvolver uma megarrampa 100% nacional, incluindo o piso, que foi desenvolvido em parceria com a USP”, disse o especialista. “Cada projeto exige uma solução específica. O mais importante é estimular ao máximo a ampliação e qualificação dos equipamentos e serviços oferecidos no país para a indústria do entretenimento”, continuou Mello, segundo o qual “o brasileiro é muito criativo e sempre encontra uma forma de superar as dificuldades ou os desafios”.
Mas Mello ainda observa algumas carências no setor: “Sinto falta de ver as inovações tecnológicas na área de serviços, interação e informação do público. Soluções criativas e de custo baixo para produção [equipamentos, pisos, iluminação etc] e também sistemas modernos e ‘user friendly’ de gerenciamento de eventos”, declarou.
Arena Corinthians em agosto de 2013 (Marcos Favari/Odebrecht)
Feira especializada ocorre em São Paulo
A Sport Infratech, que acontece nos dias 3, 4 e 5 de dezembro, no Expo Center Norte, na zona norte de São Paulo, propõe-se a apresentar soluções para o mercado por meio de seus expositores nacionais e internacionais e de seu programa de conferências. Nesta edição, em 5 de dezembro, o evento lançará o seminário de backstage para shows em estádios.