ZN ‘perde’ ginásio do Anhembi por ora; plano para Pacaembu é realista
A zona norte de São Paulo ficou muito perto de deixar de ser figurante para se tornar protagonista do esporte na cidade de São Paulo. Estava avançado o projeto de cessão de um terreno ao lado da concentração do sambódromo do Anhembi para a iniciativa privada construir uma “arena multiúso coberta”, ou seja, um grande e moderno ginásio. O plano de venda da São Paulo Turismo S/A e de todo o complexo, no entanto, inviabiliza-o por ora. Se a intenção da gestão João Doria se concretizar, caberá ao novo dono do espaço a decisão de construir ou não um ginásio lá.
Durante a gestão Fernando Haddad, avançou a inciativa de criação da “arena multiúso coberta”. A área seria cedida a uma empresa mediante pagamento de direito de uso, e quem oferecesse o maior valor mensal e, claro, tivesse as condições técnicas e econômicas necessárias para cuidar do empreendimento seria o vencedor da licitação. Empresas como Time for Fun (que justamente deu a ideia) e WTorre estavam interessadas no negócio.
O edital de concorrência foi lançado em 15 de julho de 2016, mas houve uma suspensão para esclarecimentos e nunca se soube o vencedor dela. As obras deveriam ficar prontas até o segundo semestre de 2019. Seria uma resposta a uma carência da capital paulista, a qual não conta com modernos ginásios poliesportivos.
Questionado pelo guia Esportividade sobre a “arena multiúso coberta”, Wilson Poit, um dos responsáveis pela iniciativa da gestão Haddad e agora secretário de Desestatização e Parcerias de Doria, disse: “Não houve prosseguimento. Eu acreditava muito naquele projeto. Ela era para 20 mil pessoas, coberta”.
“O que achamos agora é que a arena pode ser incorporada ao Anhembi. Além dela, poderia haver ali um grande salão de convenções, um hotel dos maiores de São Paulo, um edifício-garagem. São 400 mil metros quadrados. O que tem de diferença é que agora é uma privatização. Naquele momento, era uma concessão. Depois da autorização da Câmara, vamos fazer a venda da SPTuris S/A, que é dona de todo aquele terreno. Mas certamente ali cabe uma arena. O sambódromo deve permanecer e quem comprar aquele espaço vai ter de cedê-lo à prefeitura no mínimo um mês por ano para a realização do Carnaval.”
Por outro lado…
O projeto de concessão do estádio do Pacaembu à iniciativa privada da gestão Fernando Haddad, encerrada em 2016, era considerado “inviável” pelos próprios participantes, como era o caso do arquiteto Mauro Munhoz, o mesmo do Museu do Futebol. Estabelecia requisitos complexos e custosos, como a adoção do “padrão Fifa” no Paulo Machado de Carvalho e a criação de um estacionamento para 2 mil veículos.
As discussões sobre o Pacaembu da gestão João Doria são mais abertas, bem como é o atual projeto de concessão, que não é um plano fechado. Os estudos que serão feitos por empresas interessadas levarão a um modelo e a uma licitação no primeiro trimestre de 2018. E, como o próprio Mauro Munhoz disse, o maior desafio é pensar na geração de receita quando não há jogos de futebol ou rugby, ou seja, na maior parte do tempo. Os grandes shows, porém, não estão em pauta, atendendo aos anseios da Viva Pacaembu, associação de moradores do bairro.
O secretário de Esportes e Lazer, Jorge Damião, revelou que o custo de manutenção do complexo esportivo do Pacaembu já caiu de R$ 9 para R$ 6 milhões por ano. Ele reiterou que o clube, com piscina e quadras, continuará a oferecer aulas gratuitas para a população mesmo após a concessão, que terá prazo mínimo de dez anos.
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