Atletas da Run Stock Car vivem em Interlagos ‘dramas’ de pilotos de F-1
Quando o tempo fechou no autódromo de Interlagos, os corredores ficaram preocupados: “Como será nossa corrida daqui a menos de duas horas?”. Nuvens escuras passaram sobre o circuito paulistano, e os competidores olhavam para elas e pensavam: “Vamos mesmo correr sob forte chuva?”. Foi então que se lembraram das diversas vezes nas quais os pilotos da Fórmula 1 se perguntaram isso, inclusive menos de um mês atrás. As preocupações com a aderência da pista, principalmente nas descidas, eram crescentes entre os participantes daquela corrida.
Surpreendentemente, porém, não choveu nem 10% do que prometia. Os corredores ficaram assim mais aliviados, mas ainda havia outra pergunta a ser respondida: “Como será correr à noite no miolo do circuito, onde não existem luzes artificiais?”.
Como a largada, prevista para as 19h30, só foi autorizada às 19h49, a segunda volta dos corredores que haviam optado por ela era um “tiro no escuro”. Assim que os boxes ficaram para trás, os atletas perceberam que, nos próximos quilômetros, poderiam contar com uma brilhante companheira de corrida: a lua… Chuva, horário, escuro… Todas as preocupações haviam sido ultrapassadas. Restava aos atletas da Run Stock Car dar o melhor de si.
Disputar uma corrida no sentido inverso de Interlagos, o horário, é há muito tempo um sonho de vários pilotos – até mesmo Ayrton Senna divertia-se lá “na contramão” com carros de passeio. Os participantes da Run Stock Car tiveram mais uma vez essa experiência, e em 2016 foi adicionada a chicane do Café, a mesma pela qual os pilotos da Stock Car passariam na etapa final da temporada, no dia seguinte.
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Ayrton Senna divertia-se com voltas ‘na contramão’ em Interlagos
Em vez de a Junção ser uma “curva inimiga” (quem não se lembra da ultrapassagem de Lewis Hamilton sobre Timo Glock lá em 2008, manobra que deu ao inglês o título e impediu Felipe Massa de obter a taça?), virou “amiga”, uma vez que, percorrida no sentido horário, torna-se uma deliciosa descida. Em contrapartida, um trecho aparentemente “sem-sal” como o Pinheirinho “não acabava nunca”. E, feito ao contrário, o Laranjinha era um prazeroso declive que preparava os atletas para as subidas do Lago e do S do Senna.
A grande novidade da Run Stock Car-2016 foi o fato de os atletas dos 8,6 km terem corrido pelo pit lane entre a primeira e a segunda voltas da prova. Os carros estavam lá, e o de Felipe Fraga, que seria campeão da categoria no dia seguinte, chamava atenção dos que por ali passavam.
No fim das contas, os corredores tiveram em 10 de dezembro de 2016, sábado, um dia de piloto em Interlagos sem terem guiado carro algum naquela pista. Os dilemas do autódromo paulistano lhes foram apresentados, como tempo instável, atraso de largada e incertezas sobre estratégia. Só que, diferentemente do automobilismo, os campeões foram todos os que chegaram ao fim da prova.
Parabéns pela matéria @esportividade