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Vôlei 25/05/2015

Ídolos ‘quarentões’ deixam o esporte: Fofão foi 1ª; Rogério Ceni é o próximo

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade
Fofão discursa após jogo de despedida (Cinara Picollo)

Fofão discursa após jogo de despedida (Cinara Picollo)

Atualização: em 5 de junho a diretoria são-paulina divulgou renovação com Rogério Ceni até 31 de dezembro, ou seja, ele joga até o fim da temporada.

A temporada de despedidas de ídolos do esporte está aberta. Dois jogadores que ficaram conhecidos por sua longevidade e por causa de um espírito de liderança – cada um a seu modo e em sua modalidade – encerram carreira em 2015. A levantadora Fofão foi a primeira a se despedir das quadras de vôlei. Daqui a dois meses será a vez de o goleiro Rogério Ceni deixar os gramados.

Fofão, na verdade, encerrou sua trajetória como jogadora profissional de vôlei em 10 de maio, quando o Rexona-Ades foi derrotado pelo suíço Voléro Zürich na disputa pela medalha de bronze do Mundial de clubes. No entanto, um jogo festivo foi marcado a fim de que fosse relembrada a carreira da paulistana, que, aos 45 anos, ajudou a equipe carioca a conquistar mais uma vez a Superliga – título que a levantadora obteve cinco vezes.

Jogadoras e ex-jogadoras foram à homenagem (Cinara Picollo)

Jogadoras e ex-jogadoras foram à homenagem (Cinara Picollo)

Logo depois de uma partida amistosa entre “amigas da Fofão” e “campeãs olímpicas de 2008”, a ex-atleta contou como chegou à conclusão de que em 2015 deveria encerrar a carreira. “O corpo começa a lhe dizer que você passa do limite, não aguenta mais, que eu preciso descansar. Meu corpo falou para mim nesta temporada: ‘Fofão, é a última, porque não existe mais de onde tirar força. Estamos na reserva e não há mais de onde buscar combustível’. Fiz com que esta última fosse a melhor de todas, pois sabia que se conseguisse chegar ao fim eu teria ido até mais longe do que eu imaginava”, disse Hélia.

Tem-se uma ideia melhor da longevidade de Fofão quando se observam os intervalos de tempo: em 1991 começou a defender a seleção brasileira e já em 1992 foi para sua primeira Olimpíada, a de Barcelona, como reserva de Fernanda Venturini, mas foi em 2008, em Pequim, que alcançou o auge – e a tão sonhada medalha de ouro finalmente foi conquistada.

Líbero Fabi e Fofão (Cinara Picollo)

Líbero Fabi e Fofão (Cinara Picollo)

Hélia, nome verdadeiro de Fofão, é apontada pelas colegas como uma líder diferente das demais. “Eu tive a oportunidade de treinar os quatro anos olímpicos ao lado dela e aprendi muito com ela, sobre a paciência dela, o jeitinho de falar com as meninas. É uma líder diferente, é uma líder quieta. Não é de falar muito, mas quando ela fala as meninas já sabem, escutam. A visão de jogo dela precisa ser estudada pelas jogadoras, principalmente as novatas”, afirmou Carol Albuquerque, reserva de Fofão em Pequim-2008.

O treinador José Roberto Guimarães quer contar com Fofão assim que for possível… Mas quase como uma professora. “É única, sempre foi diferente, uma jogadora muito humilde, foi determinada desde pequenininha. Sempre jogou com o coração; por isso foi diferenciada”, afirmou ele. “E precisamos começar a pensar em 2020, 2024. Algumas levantadoras já são preparadas para isso. Ela pode incrementar esse trabalho, orientar. Tem muita coisa para passar para essas novas meninas.”

Fofão está aberta a isso, mas não diariamente: “Eu me coloquei à disposição. Talvez não de uma forma tão presente como o Zé Roberto quer, mas, tendo a possibilidade de em algum momento estar presente, ele sabe que pode contar comigo”.

Fofão faz último saque (Cinara Picollo)

Fofão faz último saque (Cinara Picollo)

A levantadora ganhou uma despedida em uma cidade importantíssima para sua carreira, São Caetano do Sul. Defendeu em duas oportunidades distintas equipes do município, e na primeira delas, com o Colgate/São Caetano, foi campeã nacional da temporada 1991/1992. A segunda delas não faz tanto tempo – no Blausiegel/São Caetano jogou com Sheilla e ficou até 2010.

Já Rogério Ceni ainda não se despediu, o que mas tem contrato com o São Paulo até o início de agosto e deve encerrar a carreira diante do Cruzeiro, no Morumbi, em 25 ou 26 de julho. O goleiro é mais novo que Fofão – 42 anos – e exerce liderança. Foi campeão mundial com a seleção brasileira em 2002, mas era considerado o terceiro arqueiro. Em 2008, quando Hélia foi campeã olímpica, o goleiro obteve o tricampeonato brasileiro com o São Paulo. Foi um ano “iluminado” para os dois. E, agora, ambos encerram belíssimas carreiras.

Assim como Fofão, Rogério Ceni ainda consegue, mesmo no fim de carreira, jogar em alto nível. O goleiro pegou dois pênaltis na disputa contra o Cruzeiro e ainda converteu um, mas o time paulistano foi eliminado da Libertadores de 2015 nas oitavas de final. Venceu a competição continental em 2005, quando também foi campeão mundial de clubes, 12 anos depois do primeiro jogo como titular pela equipe.

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