Torcedores formam fila de mais de 200 metros para ver Sesi-SP x Osasco
Definitivamente não foi uma manhã de sábado rotineira na rua Carlos Weber, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo. Antes mesmo dos primeiros raios de sol de 4 de abril começou a se formar uma fila diante do Sesi, onde às 11h30 começaria o maior clássico do vôlei paulista da atualidade, Sesi-SP x Molico/Osasco. Toda a espera daqueles que chegaram ao local com muita antecedência valeu a pena, uma vez que a partida durou até o quinto set e foi o que se esperava dela: cheia de alternâncias e com realmente cara de semifinal de Superliga feminina.
Quando a reportagem do Esportividade chegou à Vila Leopoldina, às 9h10, já havia cerca de 180 metros de fila; às 9h55 chegou a aproximadamente 230 metros. Nem todos os torcedores conseguiram entrar no pequeno ginásio. Um segurança estimou que mais de 200 pessoas tenham tido de voltar para casa sem ver a partida. No Sesi-SP não há cobrança de ingresso.
Já ciente das dificuldades, o professor de educação física Adnã Fernando, torcedor do Osasco, saiu de Itapevi às 5h30. “No ano passado, chegamos às 10h e não conseguimos entrar. Por isso desta vez viemos para cá tão cedo. Por enquanto, as pernas doem um pouco, mas aguentamos”, afirmou ele, segundo o qual já havia algumas pessoas na fila às 6h30, quando já estavam no local. O representante comercial Antoniel Ribeiro, torcedor do Sesi-SP e morador de Guarulhos, teve de acordar às 5h por causa do jogo – chegou à Vila Leopoldina às 7h15.
A maior parte da torcida ficou frustrada com o resultado final, 3 sets a 2 para o Molico/Osasco, mas presenciou um bom clássico. A maior pontuadora foi a osasquense Ivna, que na temporada passada, quando defendia o Sesi, foi uma das responsáveis por impedir ida de Osasco à final. “A força do grupo tem me ajudado bastante, e tenho treinado muito também para superar as minhas dificuldades. Mas não há nada ganho ainda”, afirmou a oposto, que marcou 25 pontos.
A central Adenízia, com 17 pontos, teve participação decisiva em bloqueios, principal arma osasquense no sábado. Questionada sobre isso, respondeu: “Não foi só o bloqueio. Se você não tiver um saque bom, o bloqueio não será eficiente, porque a levantadora jogará o tempo todo com a bola nas mãos, o que dificulta minha vida e a da Thaisa. Erramos muito nos sets em que fomos derrotadas; não podemos dar relaxadas. Temos de ter concentração do começo ao fim”.
O treinador do Sesi-SP, Talmo de Oliveira, ressaltou: “O time delas fez um jogo muito bom de bloqueio. As duas centrais do Osasco bloquearam muito bem”. O ex-jogador notou dificuldades de as ponteiras da equipe paulistana virarem as bolas e explicou o que tirou a oposto Monique da partida: dores abdominais. “Mas, com exceção do primeiro set, foi um jogo muito equilibrado”, afirmou.
A central Fabiana, bicampeã olímpica e capitã do Sesi-SP, perdeu chances seguidas, no fim do segundo set, de empatar o jogo. “Tenho de jogar bem melhor do que eu joguei hoje. Acredito na força da nossa equipe”, declarou.
Das sete mais recentes partidas contra o Molico, o Sesi-SP foi derrotado somente na de sábado. Ficou mais de um ano invicto no clássico paulista. Conseguiu empatar no quarto set um jogo que parecia perdido ao fim do segundo set. Mas terá de “quebrar a cabeça” para saber como não levar tantos bloqueios de Osasco – e 25% dos pontos osasquenses no sábado foram conquistados assim. Como disse Adenízia, tudo começa pela forma como se recebe o saque.
A segunda partida da série será disputada a partir das 22h desta sexta-feira, 10 de abril, no José Liberatti, em Osasco. Lá não é necessário chegar tão antecipadamente por se tratar de um ginásio maior. Recomenda-se que o espectador esteja no local em torno das 20h ou um pouco antes disso. Também lá a entrada é gratuita.
Do outro lado da chave estão Rexona-Ades e Camponesa/Minas. A equipe carioca bateu a de Jaqueline em pleno ginásio mineiro e terá duas chances para se classificar em casa à decisão.