Momento mágico: neozelandesas dão show de rugby e de haka em Barueri
Eram quase 19h de um domingo (8 de fevereiro de 2015) de Palmeiras x Corinthians, de final do Sul-Americano feminino de clubes entre Molico e Rexona-Ades em Osasco, de blocos de rua na capital paulista… Muita coisa acontecia ao mesmo na região metropolitana de São Paulo. Mas só quem foi para a Arena Barueri e ficou até o fim da etapa brasileira do Circuito Mundial feminino de rugby sevens presenciou uma das cenas mais emblemáticas do esporte internacional: uma apresentação de haka da seleção campeã, a da Nova Zelândia. As neozelandesas apresentaram a dança duas vezes: uma logo após a premiação e outra diante do público da arquibancada. Depois dos aplausos, foi a hora das selfies – tudo isso sendo visto “de camarote” pelos espectadores, os quais não precisaram pagar ingresso para viver esse momento mágico.
As equipes de rugby do país costumam apresentar a haka, nome genérico para todas as danças do povo maori, antes das partidas. A mais famosa é “Ka Mate, Ka Mate”, composta há quase 200 anos, por volta de 1820. Desde 1888 a haka está associada ao time neozelandês da modalidade. Dez anos atrás, em 2005, uma haka sobre e para os All Blacks foi lançada: “Kapa O Pango”. A tradição ganha capítulos sem ser comprometida e continua a intimidar adversários.
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As apresentações da seleção neozelandesa feminina de sevens em Barueri são um marco, pois deixaram o público ainda mais ansioso pelos Jogos Olímpicos de 2016, os do Rio de Janeiro, em que o rugby voltará a ser olímpico – e justamente o de sete jogadores estará na Olimpíada.
A épica final foi entre Nova Zelândia e Austrália, as equipes com mais chance de lutar pelo ouro olímpico no Rio. Na temporada passada, a decisão da etapa brasileira igualmente foi esse duelo particular da Oceania, mas as australianas superaram as neozelandesas. Desta vez, para a felicidade do público paulista que queria ver a apresentação de haka, a história foi diferente.
Apesar de todo o esforço da Confederação Brasileira de Rugby em redes sociais para chamar a atenção do público, do fato de a entrada ser gratuita e do bom desempenho da seleção local, houve uma redução de público em comparação com a primeira edição, a de 2014, também em fevereiro e na Arena Barueri. A concorrência com outros eventos não jogou a favor do rugby, cujos fãs costumam ser mais jovens e universitários.
No entanto, quem esteve no estádio barueriense no fim de semana pode se sentir privilegiado. No sábado, 7 de fevereiro, a seleção brasileira conquistou um feito inédito: classificou-se às quartas de final como segunda colocada de grupo após vitórias sobre Fiji, tradicional na modalidade, e China. No domingo, porém, não conseguiu passar pela França e ainda foi superada por Estados Unidos e Rússia. A oitava posição é considerada boa e indica crescimento da equipe, décima colocada na etapa de Barueri-2014. E ainda não contou com Edna, uma das principais jogadoras brasileiras, pois a atleta paulista está em fase final de recuperação de uma cirurgia para correção de uma fratura e voltará à ativa em março.
O morador da região metropolitana de São Paulo não precisou ir muito longe nem gastar muito (praticamente só com transporte público ou combustível e pedágio) para ver de perto seleções que estarão na Olimpíada do próximo ano e arrepiar-se com as neozelandesas. Não era sequer preciso entrar no estádio para ter contato com elas: elas se aqueciam em um campo de grama sintética montado diante da Arena Barueri.