Maratona de SP: falta água, e atletas passam por apuros; ‘heróis’ os salvam
Os últimos quilômetros da 20ª Maratona Internacional de São Paulo foram de muito sofrimento para quem estava entre os últimos colocados. Além do calor cada vez mais intenso em 19 de outubro de 2014, eles tiveram de lidar com a falta de água a partir do quilômetro 30. Contaram, então, com desconhecidos para se hidratar. A Yescom, organizadora da prova, diz que até sobraram copinhos, no entanto.
O domingo em São Paulo foi quente. No meio da tarde foi registrada a temperatura de 35,8°C na estação meteorológica do mirante de Santana, na zona norte, a décima maior já marcada no local. A largada foi dada por volta das 8h – no primeiro dia do horário de verão –, e o calor só aumentou ao longo dos 42,195 km. Entretanto, segundo os relatos, o abastecimento de água só diminuiu.
A jornalista Tatiana Ferraz relatou uma “luta por sobrevivência” do km 30 ao fim da corrida. “Ficamos à própria sorte”, disse ela. Assessorias esportivas, ciclistas e voluntários ajudaram os corredores amadores e deram um jeito de encontrar água para eles. “Um pessoal de bicicleta viu o nosso desespero e foi buscar água para nós em postos mais distantes”, afirmou. Quem estava de plantão nas ambulâncias deu sua própria bebida aos atletas. Pessoal de apoio de equipes de corrida entregou aos participantes água resultante de gelo derretido.
“A quantidade de água [nos trechos finais da maratona] foi insuficiente. Subestimaram a hidratação. ‘Esqueceram’ que ainda havia gente correndo e que essas pessoas precisavam de líquido. A grande maioria já havia passado por lá. Não é que desmontaram tudo e foram embora. Ficaram lá os cavaletes que serviam de suporte para a água, mas a água acabou e não houve reposição”, declarou Tatiana.
Quando passou pelo posto do km 31,5, a corredora viu gente já recolhendo os copinhos de plástico jogados no chão; constatou, no do km 34,1 (foto acima), não haver mais pessoas da organização lá diante dos cavaletes. Ambos os postos de serviço ficavam na marginal do rio Pinheiros, considerada pelos amadores o ponto mais crítico do percurso.
Apesar disso, Tatiana Ferraz conseguiu completar a prova 6h07min44s após sua passagem pelo pórtico de largada. Finalizou a corrida, portanto, antes das 14h15. A estrutura do evento seria desmontada a partir das 15h.
Minimizando o sufoco
O maratonista Luis Eduardo Tavares, que chefia uma equipe de corrida de rua, posicionou voluntários nos quilômetros 25 e 35 para auxiliar seus atletas, aos quais eram oferecidos alimentos, como azeitona sem caroço, batata doce e frutas, e bebidas. “Passei a recomendação aos voluntários de que, caso os demais necessitassem, podiam ser ajudados”, disse. “Eu fui informado no meio da corrida que estava acabando a água no trecho final, basicamente no km 32. O pessoal estava desesperado, pedindo ‘pelo amor de Deus, água’. E disse ao pessoal que não deveria negar. Eles deram todo esse apoio.” Até o gelo derretido da Tavares (70 kg) foi usado para o combate à desidratação de atletas. Três ciclistas voluntários também integravam o time.
De acordo com Tavares, três fatores contribuíram para a situação desagradável vivida pelos participantes da Maratona de São Paulo: o horário de largada, 8h, que deveria ser antecipado; a falta de preparo dos que ficam nos postos para reposição de copos de água; o “fator marginal” subestimado, pois se trata de um trecho de 10 km, do quilômetro 27 ao 37, em que se tem uma sensação “desértica” em um momento complicado da corrida.
Outro lado
Questionada pela reportagem do Esportividade sobre a falta de água, a assessoria de imprensa da empresa organizadora, a Yescom, respondeu desta forma: “Sobraram 120 mil copos dos 420 mil destinados, mostrando que a organização estava preparada para a alta temperatura. No percurso ainda havia Gatorade e, na chegada, até água de coco”.
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Na marginal pinheiros, faltou agua quem esteve la sabe disso e sofremos, pois era um trecho longo e ao final ainda tinha uma rampa de acesso para subir, sem agua e ja cansados foi bem dificil a Oeganização é desumana, quando a TV e a Elite vão embora, eles não querem nem saber da grande massa que fica.