Pagamento recorrente facilita a vida de aluno e a do dono de academia

Academia (Deane Thomas Rimerman)

É maçante preencher 12 folhas de cheque para aderir a um plano anual de uma academia de ginástica. Mesmo havendo uma máquina preenchedora, dá trabalho ter de conferir uma por uma e assiná-las. Para o estabelecimento a operação é mais complicada ainda, pois corre o risco de ter de lidar com os famigerados cheques sem fundo. A aceitação de cartões de crédito é cada vez mais comum nesses locais, mas para os clientes o pagamento parcelado tradicional ainda não é o método ideal, uma vez que eles talvez nem sequer consigam realizar a operação por causa de baixo limite de crédito. Tem sido adotado, então, uma terceira solução, que é o pagamento recorrente – ou simplesmente “cobrança recorrente”.

Trata-se de débito programado no cartão, no boleto ou na conta corrente. “Diferentemente de uma transação parcelada (que onera o limite do cliente), essa modalidade consiste em uma transação frequente periódica. Na prática, é a transação similar a uma assinatura de revista, jornal ou TV a cabo. Um dos maiores exemplos que temos dessa modalidade é o Netflix, que se baseia simplesmente no modelo recorrente”, explicou Rodrigo Dantas, cofundador da Vindi, que desenvolve soluções que viabilizam essa tecnologia.

Com a diminuição dos cheques no mercado, o avanço do crédito e a própria mudança de consumo, as academias mudam a forma de venda de seus planos. De acordo com Rodrigo, a tendência é que extinguam contratos “leoninos”, com multas, os quais fazem os alunos se sentirem desconfortáveis para começar a usar o serviços. “Os gestores começaram a perceber que o que define a frequência do aluno é exatamente a qualidade do serviço e não são contratos com cláusulas de quebra. O aluno já sabe que as que adotam o modelo recorrente influenciam suas próprias economias, já que não tomam o limite com o valor total do plano, mas sim somente o valor da parcela”, disse.

O site do banco Bradesco explica como funciona o parcelamento de despesas: “Este compromete seu limite de crédito no valor total da compra. À medida que as parcelas são pagas, limite é proporcionalmente restabelecido”.

Um levantamento do Sebrae indica uma tendência que, se for mantida, vai fazer o Brasil assumir a primeira posição do ranking mundial de número de academias. Atualmente, o país só tem menos empresas nesse segmento que os Estados Unidos, mas, enquanto a quantidade de empreendimentos norte-americanos é praticamente estável há três anos (cresceu apenas 0,7% de 2009 a 2012), o número de empresas do tipo no Brasil aumentou 29% no mesmo período.

Mas ainda há espaço para crescimento de receitas, já que o Brasil está só em décimo lugar nesse aspecto do ranking mundial. Das 21.760 academias do país, 99,75% são micro ou pequenas empresas. Rodrigo diz que os custos para se ter um negócio desse no Brasil são maiores que nos Estados Unidos, por exemplo. Outra dificuldade em São Paulo é encontrar pontos comerciais adequados. “Além disso, a qualificação dos ‘donos de academia’ é algo novo no Brasil, e eles estão começando agora a se preparar em gestão de negócios e não a pensar somente como educador físico”, afirmou.

Segundo o empresário, o modelo recorrente, que não tem a ver com compra parcelada em cartão de crédito, é vantajoso para o cliente e, na prática, se transforma em retenção do aluno por mais tempo nas academias. “Algumas aumentam em média três meses a permanência do frequentador. Mas isso tudo de nada vale se a academia não tiver preocupação com o serviço. O foco é o cliente”, declarou.

Agora também no Esportividade

O Esportividade agora também dá aos anunciantes de Onde Praticar a opção do pagamento recorrente. Se seu estabelecimento for de ao menos uma destas categorias e de uma das cidades da região metropolitana de São Paulo, você pode anunciar no guia de serviços: academias; boliche; clubes; escolas de esporte de quadra/campo; kart; paintball; quadras e campos para locação. Há ainda como anunciar gratuitamente em Onde Praticar. Clique aqui e saiba mais.