Arquibancada temporária do Itaquerão causa sensação de ‘mundo à parte’
O alto da arquibancada temporária norte da Arena Corinthians dá a sensação de ser um “mundo à parte”. O que acontece em outros setores do estádio às vezes nem sequer é percebido pelos que lá estão sentados pelo fato de ser um local com uma altura considerável e sem conexão lateral com outras áreas. O grito que mais ecoou pela estrutura provisória durante Uruguai x Inglaterra nesta quinta-feira, 19 de junho, não teve a ver com o jogo da Copa do Mundo: foi “Timão, eô, Timão, eô”.
A torcida uruguaia fazia a festa um pouco mais abaixo, na arquibancada permanente norte, mas quase não se conseguia compreender o que ela dizia. Só foi possível entender mais claramente o “Soy Celeste” logo após o segundo gol de Luis Suárez. Mesmo assim, o canto parecia vir de longe, o que não era verdade. As piadas entre torcedores de clubes brasileiros eram mais audíveis que os gritos de ingleses e uruguaios. Qualquer um que gritasse algo era perfeitamente compreendido.
O assento da reportagem do Esportividade, cuja fileira era a sétima de cima para baixo, ainda tinha um inconveniente: uma barra metálica da estrutura do Itaquerão atrapalhava a visibilidade de um dos dois telões. O outro ficava em um ângulo desfavorável. Os assentos de ângulo de visão mais desagradável, entretanto, são aqueles dos cantos esquerdo e direito. Os que lá sentam têm outra arquibancada – e não o campo – diante de si.
Diferentemente de outras partidas da Copa do Mundo pelo Brasil, não se cantou “Eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor” na Arena Corinthians durante Uruguai x Inglaterra. Ouviram-se, no entanto, referências ao time de fato da casa, como o famoso “Vai, Corinthians”.
Ida e volta
Já na estação de metrô Parada Inglesa, na zona norte de São Paulo, percebia-se que se tratava de um dia especial – e não só por ser Corpus Christi. Um grupo de ingleses – moradores de Manchester – embarcou no local e foi para a Arena Corinthians. Mas a entrada deles era a leste, e eles, então, usaram o Expresso da Copa a partir da Luz. A reportagem do Esportividade deveria entrar no estádio pelo lado oeste e, por isso, usou o metrô até Artur Alvim. É necessário caminhar cerca de 1 km da estação da zona leste até a Arena Corinthians. Uma hora foi gasta da Parada Inglesa à entrada oeste.
A reportagem do Esportividade não vivenciou problema algum no percurso. No meio dessa caminhada de 1 km, é necessário mostrar ingresso a policiais. Em torno das 13h30 não havia filas na passagem pelo detector de metais nem para de fato o bilhete ser identificado.
Ao se entrar no Itaquerão, logo se percebia o poder das torcidas das seleções que lá jogariam, principalmente a uruguaia, que parecia estar por todo o lugar. A convivência entre sul-americanos e europeus era pacífica. Muitos preferiram passar as horas anteriores ao jogo na região dos estandes dos patrocinadores e das barracas de venda de comida e bebida, que eram muitas. A maior loja de lembranças era concorrida. Nessa mesma área comum, existiam filas diante dos banheiros. Em lanchonetes e sanitários dos andares da arquibancada temporária norte, no entanto, a movimentação estava tranquila.
Mesmo durante o jogo, alguns assentos ficaram vagos nas arquibancadas temporárias norte e sul (mas os ingressos estavam esgotados). Segundo a Fifa, 62.575 pessoas viram in loco a vitória do Uruguai sobre a Inglaterra por 2 a 1, o que elevou as expectativas de classificação dos uruguaios e reduziu as dos ingleses, que assim passaram a depender de uma combinação de resultados para passar às oitavas de final.
Não foi difícil sair do estádio. Em pouco menos de meia hora a reportagem já havia descido as escadas, caminhado 1 km e entrado no metrô, cujos trens, por causa da saída do público, encheram na estação Artur Alvim.
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Seria maravilhoso se houvesse paz e respeito entre as torcidas…a foto dos três torcedores ficou simplesmente sensacional!!!! Eu vou continuar torcendo pela paz, pela alegria e pelo amor…..