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Vida em movimento 17/06/2025

Inteligência artificial ajuda a entender sinais do corpo em projeto com atletas amadores

Por Renata Sá, repórter do Esportividade

Isabella e Isadora, voluntárias do Projeto Re*Set (Divulgação/Projeto Re*Set)

Dizer que as pessoas deveriam ter uma alimentação que priorizasse alimentos mais saudáveis e praticar exercícios físicos, com boas noites de sono, é praticamente “chover no molhado” para o momento que vivemos – com tantas informações disponíveis sobre o assunto. O que se tem percebido, porém, é que nem sempre seguir essa tríade da saúde pode ser suficiente para alcançar os resultados esperados, e isso pode ter relação com os chamados picos de glicose no corpo.

De olho nessa questão e buscando coletar dados nacionais, foi lançado em maio de 2025 o Projeto Re*Set, que, com o auxílio da inteligência artificial (IA), quer contribuir para a construção de um estilo de vida mais ativo e saudável da população brasileira.

Idealizado por Fred Wagner, cofundador da Track&Field e CEO da TFSports, o Projeto Re*Set reuniu 35 duplas de voluntários, que participarão do programa por 90 dias. Cada dupla é formada por uma pessoa ativa, a Re*setter, e outra pessoa menos ativa, a Re*setting, colaborando para o engajamento mútuo e a troca de experiências. Os voluntários receberam sensores de glicose e, a cada refeição ou exercício físico, devem inserir as informações no aplicativo do projeto. Em menos de duas horas, a IA, apelidada de John, envia informações sobre os picos glicêmicos dos participantes.

Avaliação de dados alimentares no app do Projeto Re*Set (Divulgação/Projeto Re*Set)

“Cada organismo e cada alimento, dependendo de como a pessoa pratica atividade ou se alimenta, reagem de uma forma”, afirma Fred Wagner. E continua: “Pratico uma dieta de low carb há bastante tempo e, depois de conhecer um pouco mais sobre o assunto, pensei que poderia criar um programa que pudesse educar as pessoas”.

A supervisora de vendas Isabella Brito, de 29 anos, é uma das voluntárias do Projeto Re*Set. Ela, que praticava pouco esporte e consumia alimentos com alto índice glicêmico, já vem sentindo a mudança em seu comportamento – após os primeiros diagnósticos emitidos pela IA. “Faço de tudo para o John me pontuar bem e me elogiar. Certa vez, comi um docinho e não registrei no aplicativo; meia hora depois disso, chegou uma mensagem me perguntando o que eu não tinha contado e apontando um pico [de glicose] inesperado”, conta Isabella.

Toda a interação com a inteligência artificial é feita pelo WhatsApp, e os participantes podem gravar uma mensagem, enviar uma foto ou mesmo escrever um texto com o que comeram. O mesmo vale para os exercícios físicos realizados. Ao fim do dia, uma nota é gerada a partir dos dados alimentares, esportivos e do sono de cada voluntário.

Inteligência artificial, apelidada de John, reagindo à inserção de dados dos voluntários (Divulgação/Projeto Re*Set)

Além do uso do app, os participantes também têm suporte nutricional e esportivo de parceiros do projeto, como a Garmim, que emprestou smartwatches para o monitoramento dos exercícios e do sono. Os voluntários também podem participar, sem custo, das etapas do circuito de corrida de rua Santander Track&Field Run Series.

Mesmo quem já estava acostumado a uma vida mais ativa e uma boa alimentação tem aprendido “novos truques” dentro do programa. A empresária e maratonista Isadora Domingues, de 31 anos, descobriu, por meio das análises do John, que o consumo de mexerica de forma isolada alterava o pico de glicose dela. “Só posso comer mexerica pela manhã (e se acompanhada de uma refeição completa)”, pontua.

Ela, que faz dupla com a supervisora de vendas Isabella, diz que participar do projeto ao lado de uma pessoa menos ativa lhe deu uma “dose turbo” de disciplina. “Ser a dupla que compartilha experiências e receitas torna o processo mais prazeroso. Procuro dar o melhor de mim para que a Isabella veja os resultados de quem já está há mais tempo nesse estilo de vida”, completa Isadora.

Uma segunda turma em São Paulo será lançada em breve, e as inscrições para se candidatar ao Projeto Re*Set estão abertas, havendo, agora, custo de participação (ainda não divulgado). Um projeto-piloto em outro estado também está em fase de estudo.

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