Circuito Popular tem últimos campeões em temporada com um pouco de tudo
Fotos: clique aqui e encontre as suas.
Resultados: clique aqui e veja o seu.
Se alguém perguntasse aos atletas amadores de corrida de rua quais seriam as características ideais para uma prova, alguns poderiam dizer que seria um percurso praticamente plano no qual pudessem acelerar e conquistar um recorde pessoal (RP). Outros poderiam responder que preferem uma prova desafiante, com subidas e descidas, ou até um trajeto feito totalmente dentro de um parque onde nem pudesse ouvir a poluição sonora da cidade. Uma prova exclusivamente feminina com certeza também faria parte de algumas das respostas; ou, quem sabe, uma meia maratona. Quem participou de uma das dez etapas do Circuito Popular de corrida de rua de São Paulo, cuja última prova ocorreu no domingo, dia 24 de março de 2024, certamente encontrou em alguma delas a sua prova ideal.
Além de uma série de provas gratuitas em locais distintos da cidade, para quem participou de uma ou mais etapas o CP proporcionou conhecer um verdadeiro time de campeões. São atletas amadores que se desafiaram e subiram aos pontos mais altos dos pódios. O tradutor Rafael Wang, de 25 anos, é, sem dúvidas, um deles. Figura constante nas provas do CP, Wang foi sete vezes ao pódio, variando a colocação, da primeira à quinta, nas provas. “Apesar de correr há alguns anos, não creio que sou tão rápido”, diz ele. Para o atleta, os pódios vieram porque naquelas ocasiões não havia corredores mais velozes do que ele.
Quem conhece o gosto doce de “pegar pódios” diversas vezes é Marta Souza. A professora de educação física de 45 anos também subiu sete vezes ao pódio, sendo uma delas a segunda colocação na etapa de Itaquera, a meia maratona. Marta conta que, antes de começar na corrida de rua, lutava contra o excesso de peso e, acreditem se quiser, a veloz Marta já foi uma atleta que caminhava nas provas. “Consegui mudar meu estilo de vida e, ao sair da zona de conforto, encontrei os benefícios do esporte”, revela.
Mas para quem pensa que a vida dos atletas amadores é fácil, Jonathas Barbosa dos Santos, de 28 anos, mostra que, para levar para casa um dos troféus, antes mesmo de serem rápidos, eles precisam de muito “samba no pé”. A falta de patrocínio é um dos principais empecilhos. O operador de empilhadeiras conta que nem sempre consegue apoio para competir. Apesar dos contratempos, o atleta vem driblando as adversidades e os adversários e conquistando diversos pódios. Dentro do CP, o atleta subiu ao pódio quatro vezes, e os destaques vão para a primeira colocação na etapa Penha, a mais rápida de todo o circuito, por causa do trajeto praticamente plano, e a segunda colocação na meia maratona (21,097 km) em Itaquera.
Quem levou um tempo para perceber que correr poderia lhe render vitórias, e não apenas ganhos de saúde e bem-estar, foi a professora Karla Tasseli Ortolan Coelho. “Quando cheguei à minha primeira prova, parecia uma festa que unia saúde, esporte e inclusão”, conta. Das quatro etapas do CP de que Karla participou, em três delas ficou em primeiro lugar. A corredora de 31 anos enxerga também a iniciativa da corrida infantil, que fez parte de todas as etapas do Circuito Popular, como positiva, uma vez que esse tipo de prova incentiva as crianças a praticar corrida de rua desde cedo.
A corrida de rua é um esporte mais democrático, já que iniciar nele não requer investimento financeiro substancial – diferentemente de algumas outras modalidades. E até mesmo quem já estava inserido na prática esportiva, mas gosta de se arriscar em outras modalidades, encontra terreno fértil. A personal trainer Daline Silvestre Gomes, de 32 anos, lutava muay thai profissionalmente antes de começar a correr. Incentivada pelo companheiro, ela passou a treinar, culminando na transição de esporte. Tal façanha rendeu a Daline três pódios, sendo um deles o da primeira colocação na etapa Sé, prova exclusivamente feminina do circuito, no centro histórico paulistano.
Em cada uma das etapas do Circuito Popular 2023/2024, os cinco primeiros colocados femininos e masculinos foram ao pódio e ganharam, além da medalha de participação, um troféu exclusivo. Isso quer dizer que, além dos atletas retratados na reportagem, houve também outros grandes vencedores da temporada 2023/2024 do Circuito Popular de corrida de rua de São Paulo.
Pode-se dizer que já são vencedores os que ainda não subiram ao ponto mais alto do pódio e, ainda assim, estão dispostos a calçar um par de tênis e sair para correr. “Celebre as suas pequenas vitórias e comemore todas as suas pequenas evoluções”, é o segredo que Karla conta para quem quer se tornar um atleta cada vez mais veloz. A décima etapa do CP, que aconteceu em Pirituba, na zona norte, encerrou o circuito gratuito de corridas de rua, financiado pela Prefeitura de São Paulo.
Assista ao vídeo curto da última etapa da temporada:
Ver essa foto no Instagram
Existe a expectativa de que o Circuito Popular ganhe uma nova temporada ainda neste ano de 2024, uma vez que o edital da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer de São Paulo vencido pela Fenats previa a realização de corridas até 2027.
A Fenats (Federação Nacional das Entidades do Terceiro Setor) foi a entidade escolhida pela Secretaria Municipal de Esportes e Lazer de São Paulo entre as três que enviaram proposta para a organização do Circuito Popular de corrida de rua. O valor global do projeto é de R$ 2.721.539,04, fazendo parte dele dez etapas (após um termo de aditamento) – sempre com inscrições gratuitas – em diversas regiões da cidade. O Esportividade fez a cobertura de todas elas.
Para receber notificações de eventos esportivos assim, inscreva-se em nosso canal no WhatsApp (clique aqui) ou em nosso canal no Telegram (clique aqui).
Parabéns pela cobertura do circuito popular, também acompanho pelo telegram, porém gostaria de deixar aqui uma reivindicação: pelo formato da organização deste circuito e pelo número de provas em locais diferentes, acredito que o objetivo dele é procurar englobar o maior número de participantes diferentes, ou seja, da região abrangida pela corrida. Pela matéria acima, infelizmente, não foi isso que aconteceu, a mesma pessoa participava de 3, 4,5 ou mais provas do circuito, impedindo que outras participassem no seu lugar, por não conseguirem se inscrever, já que as vagas eram preenchidas em poucos minutos após serem abertas, conforme aconteceu comigo, que não consegui participar de nenhuma prova. Sendo assim, sugiro que faça uma única prova com todas as vagas somadas das 10 etapas, assim sendo, torna-se mais justo, contemplar um maior número de pessoas, ou bloquear/impedir a inscrição de quem já participou de uma prova, a fim de oferecer mais chances a outros que ainda não participaram, uma vez que as vagas são poucas em relação a demanda e acabam em poucos minutos após serem abertas. Seria uma forma mais justa de permitir que um maior número de pessoas diferentes participassem e evitaria uma única pessoa participando de várias provas. Fazendo uma observação isto se chama equidade, um dos princípios da administração pública dos órgãos públicos e que todos os servidores devem respeitar em suas funções.