Volta do Circuito Popular foi boa? Saiba o que deu certo e o que deu errado
Chegou ao fim a temporada 2022/2023 do Circuito Popular de corrida de rua da cidade de São Paulo, que marcou o retorno das corridas municipais com inscrições gratuitas, as quais estavam paralisadas desde o fim de 2018. Houve acertos e erros, o que é natural, mas, no fim das contas, o objetivo foi atingido: o de oferecer provas acessíveis nos mais diferentes lugares da capital paulista, inclusive em regiões afastadas do centro expandido, no qual a maioria dos eventos da modalidade acontece.
Com investimento público de R$ 4.280.145, oriundo das secretarias estadual (R$ 4,2 milhões) e municipal de Esportes, isto é, média de R$ 214 por atleta participante, a temporada do Circuito Popular não teve qualidade material compatível com a que se esperava. As camisetas e as medalhas foram as mesmas em todas as 20 etapas – com exceção de algumas camisetas “furadinhas” da prova final. A Federação Paulista de Atletismo foi a entidade escolhida pela prefeitura para organizar o CP, realizando etapas aos sábados e aos domingos entre novembro de 2022 e janeiro de 2023.
As medalhas foram, definitivamente, o pior item, e na última parte da temporada foram entregues dentro de uma sacochila devido ao fato de a cola que fecha o cordão ser extremamente fraca, não sustentando o objeto no pescoço por muito tempo.
A participação dos inscritos foi decepcionante. Apenas em cinco das 20 etapas (25%) houve mais de 500 adultos participantes, isto é, em 75% dos eventos o percentual de faltantes foi superior a 50%. Em Perus, zona norte, apenas 271 adultos inscritos compareceram à prova. O número de crianças e adolescentes não pôde ser obtido, já que eles não participaram das baterias infantojuvenis com chip de cronometragem.
Diferentemente do Circuito Caixa da Cidadania, não se dizia de forma antecipada o horário exato de abertura das inscrições gratuitas, o que fez com que praticamente não houvesse quedas do servidor do site Minhas Inscrições. Esse foi um ponto positivo desta temporada, na qual as inscrições para adultos se esgotavam na primeira meia hora.
O que mais chamou atenção foram os percursos. A organização se empenhou para que a distância de prova fosse o mais perto possível de 5 km. Criaram-se também novos trajetos, como o do centro histórico – que recebeu muitos elogios –, e a maioria deles foi bastante seletiva, com curvas, subidas, descidas e pisos diversos. Poucos foram aqueles do estilo “vai em uma mão e volta na outra”. Apesar dos kits padronizados (com barrinha de cereal, torrone e banana), cada etapa acabou sendo única.
Os kits, aliás, eram retirados um pouco antes da largada; por mais que houvesse filas em algumas etapas, perto das 7h já se dissipavam.
A retomada do Circuito Popular, quando se leva em consideração a quantia investida, poderia ter sido melhor materialmente. Imaterialmente, porém, cumpriu seu papel.
Saiba quantos adultos completaram cada etapa:
Centro histórico: 993
Parque das Bicicletas: 595
Parque do Carmo: 544
Mooca: 534
Ceret: 503
Cidade Universitária: 463
Santana/Jardim São Paulo: 457
Parque Ecológico do Tietê 1: 436
Jaçanã: 420
M’Boi Mirim: 414
Parque Vila do Rodeio: 401
Campo Limpo: 398
Parque Ecológico do Tietê 2: 396
Lapa: 371
Parque Severo Gomes: 369
Parque do Trote: 355
Pirituba: 337
Cidade Ademar: 326
Avenida Inajar de Souza: 320
Perus: 271
Para receber notificações de eventos esportivos assim, inscreva-se em nosso canal no Telegram (clique aqui).
Parabéns para toda os envolvidos na organização 👏