Com menor orçamento, Aberto de SP tem estrutura reduzida para o público
Quem viu em outros anos a quadra central do Aberto de São Paulo de tênis no parque Villa-Lobos, na zona oeste, e observa a atual certamente nota grandes diferenças. Como a organização não conseguiu desta vez inserir o torneio na Lei Paulista de Incentivo ao Esporte e, consequentemente, para o evento havia um orçamento menor disponível, a solução foi reduzir a estrutura a fim de que a premiação fosse mantida.
Até o ano passado, a quadra central chegava a lembrar a de um Grand Slam – havia até assentos para os espectadores. Nesta 14ª edição do campeonato, as arquibancadas são tímidas, pequenas e não tão confortáveis. A sensação de desconforto piora com o calor deste verão e com a posição do sol à tarde, que, nesse período do dia, ofusca a visão do público.
Simone Maricir, diretora comercial da JT Empreendimentos, organizadora do Aberto de São Paulo, explicou ao Esportividade o que houve: “Existe uma lei de incentivo do Governo do Estado de São Paulo cuja verba obtida usávamos para pagar a estrutura do evento, mas a orientação que nos foi passada pela Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude era a de que governo estadual não iria mais investir em esporte de alto rendimento”. Simone disse também que “havia clientes com verba e carta de intenção assinada, superinteressados em entrar no evento nessa condição de verba incentivada”.
Foi aí, com menos verba disponível desta vez, que os organizadores optaram por manter a premiação e reduzir a estrutura. “Para os jogadores não mudou nada”, afirmou Simone. “Eles estão aqui em busca de pontos e dinheiro. O prêmio está no topo da categoria: US$ 125 mil [total] mais hospitalidade, o que conta pontos como US$ 150 mil para a ATP. Ajuda muito moralmente o jogador começar o ano ganhando muitos pontos.”
O Aberto de São Paulo faz parte do calendário do ATP Challenger Tour, segundo circuito mais importante do tênis mundial. O jogador com melhor posição no ranking presente no torneio era o argentino Horacio Zeballos, 56º colocado, eliminado ainda na primeira rodada da chave principal. O campeão recebe US$ 18 mil e 125 pontos.
A diretora comercial disse sentir muito pelo público, mas pediu compreensão. Ela nota que os espectadores do Aberto de São Paulo são apaixonados por tênis. “São pessoas que vêm desde o primeiro dia e ficam aqui o dia todo, faça sol ou chova”, declarou.
A final terá início às 10h50 deste domingo, 5 de janeiro de 2014. “Deve fazer calor, mas é totalmente diferente estar aqui na quadra e sentir a vibração dos jogadores. Vale a pena vir”, afirmou. “Existe pouco tênis de graça no mundo, e aqui é tênis de alta qualidade e gratuito.” O brasileiro João “Feijão” Souza, 140º colocado no ranking da ATP, e o colombiano Alejandro González, 91 do mundo, disputam a decisão.
Como há poucos lugares disponíveis nas arquibancadas, recomenda-se que o público chegue com bastante antecedência ao Villa-Lobos neste domingo. As quadras ficam na área mais arborizada do parque, com os belos edifícios da região ao fundo. A intenção da organização é em 2015 voltar a contar com uma quadra central mais imponente.
Lei Paulista de Incentivo ao Esporte
Com essa lei, o governo estadual de São Paulo está autorizado a conceder crédito outorgado correspondente ao valor do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (conhecido pela sigla ICMS) destinado pelos respectivos contribuintes a projetos esportivos credenciados pela Secretaria Estadual de Esporte, Lazer e Turismo.
Resultado: João Souza derrotou Alejandro González por 2 sets a 0, tornou-se campeão do Aberto de São Paulo e o mais bem colocado do Brasil no ranking, superando Thomaz Bellucci.