13º Ayrton Senna Racing Day mostra que corrida é ponte para algo maior
Embora Ayrton Senna tenha sido um exímio piloto e seja lembrado individualmente por isso, possuía outro talento: sabia como trabalhar em equipe. O paulistano, na época da McLaren, passou a ser admirado pelos engenheiros japoneses da Honda por sua conduta profissional. Não é à toa que a única corrida de rua (pedestre) que leva seu nome é uma maratona de revezamento, Ayrton Senna Racing Day, para a qual o Esportividade montou um time por meio de um concurso cultural. E os sete vencedores, escolhidos entre 180 participantes, mostraram a mesma determinação do tricampeão de Fórmula 1 no domingo, 4 de setembro de 2016, no autódromo de Interlagos. Apesar das dificuldades que o fato de o grupo não se conhecer representou, tudo funcionou como se todos fossem velhos amigos.
Eles tiveram de responder a esta pergunta para concorrer às sete inscrições: “Que virtude do Ayrton Senna ajuda você nos momentos difíceis de uma corrida? Conte uma história real de algo que tenha acontecido com você que exemplifique a resposta”. O guia escolheu as sete respostas mais interessantes e logo montou um grupo no WhatsApp para que os sete campeões pudessem conversar entre si.
Não houve, porém, um encontro prévio. Somente quando chegaram ao autódromo de Interlagos puderam se conhecer. A tecnologia foi uma grande facilitadora, já que o grupo no WhatsApp foi usado para cada um saber onde o outro estava em meio à multidão. Quem abriu o revezamento foi o editor do guia, Andrei Spinassé, que entregou a munhequeira para Lucia Gushi depois da volta de 5,275 km.
Conforme o tempo foi passado, mais entrosado ficava o octeto. Lucia “passou o bastão” para Marcos Garcia, certamente o mais empolgado da turma, uma vez que, mesmo após sua participação, fez questão de acompanhar mais duas vezes, já sem chip, os colegas para motivá-los.
Marcos deu vez para Vanessa Hikari, que que havia chegado a Interlagos às 6h. Ela entregou a munhequeira a Orlando Barauna, o último a chegar (mas a tempo!), pois havia acabado de disputar a Corporate Run na região do parque do Ibirapuera. Mesmo assim, ele foi o mais veloz do octeto, tendo “passado a bola” para Maiara Soares, que havia pacientemente esperado horas para iniciar sua participação.
Antes de irem para a pista, Jocelio de Sousa e Douglas de Camargo, os responsáveis por finalizar o revezamento, comentavam sobre o tempo que achavam que fariam. Motivados, ambos conseguiram se sair melhor do que esperavam.
Ao fim da prova da equipe Esportividade, concluída em 3h39min03s, os oito integrantes conversavam com a maior naturalidade a respeito do que havia acabado de acontecer e já falavam sobre outras corridas. Porém, o papo foi interrompido momentaneamente quando os oito se reuniram para uma foto – era aquele o primeiro momento em que todos estavam de fato juntos.
A dificuldade das subidas de Interlagos, o encontro com Vanderlei Cordeiro de Lima (o qual participou de um octeto como primeiro atleta da equipe dele), as experiências de cada um em outras provas… Havia tanto papo que as horas de prova passaram tão rapidamente quanto Ayrton Senna quando pilotava no autódromo paulistano.
A missão estava concluída, e não tem a ver com desempenho em corridas: está relacionada com a vida real, com experiências interpessoais, amizades.
Observação: uma volta em Interlagos possui 4,309 km, mas a organização da prova colocou cones na Reta Oposta (zigue-zague) para que a distância fosse aumentada.
Esse revezamento é sensacional. Parabéns a Esportividade por realizar essa interação por meio do concurso cultural. A Corrida de rua é um lugar que sempre nos proporciona grandes amizades.